Venho novamente com um post pra expressar meu facínio por mangás, não só os de Naruto, mas em geral, embora eu vá falar aqui dos de Naruto. Pra quem não viu o outro post, clique em Naruto Mangá 2. Os mangás, ao contrário das HQs, conseguem atingir uma simplicidade impressionante com relação às informações visuais, auxiliada não só pelo fato do mangá ser em preto e branco, mas pela ausência proposital de uma série de elementos que, no fundo, realmente não possuem importância. Por isso a leitura do mangá é sempre bem mais tranquila e sossegada que a leitura do HQ.
Por outro lado, detalhes são sempre bem vindos em cenas que queremos chamar mais atenção do público, uma cena chocante, impressionante, que nos faça raciocinar ou refletir, ou mesmo que nos faça temer o personagem e até adorar ele. Essa cena com o Gaara foi incrível, onde ele fora atacado por todos os lados por agulhas, apontando para os fãs uma morte iminente, porém, foi com extrema facilidade que ele, com os braços cruzados, sem nem ao menos dar algum comando à areia, defendeu-se de todas as agulhas, fazendo-nos pensar quem poderia atingir ele se essa areia o cobriria com tanta facilidade… Por um lado a imagem é extremamente detalhada com relação às agulhas muito bem posicionadas e à areia. Por outro lado, é bastante simplificada, uma vez que o fundo é retirado da cena para dar ênfase ao personagem.
Outra cena impressionante é essa do Gaara sentado na estátua de carpa em cima de um castelo. Devo enfatizar o quanto já é complicado fazer traços praticamente paralelos que, porém, acompanham independentes a curvatura do telhado. Mas a maior dificuldade, com toda certeza, está na utilização do degradê na estátua e no céu, que são muito complicados de se fazer com aguada. A estátua, obviamente, teve seus detalhes em branco adicionados posteriormente ao degradê, pois é praticamente impossível fazer degradê com aguada e desviando das manchas brancas. Nesse caso a imagem é bastante complexa, porém, não há cenas de ação, portanto não existe confusão na cena. Além disso, a ênfase é dada em Gaara no topo da estátua, através da Lua que faz contraste com ele.
Algumas imagens traduzem muito bem a cultura de Naruto. Sabemos como funciona o governo de Naruto através da entrevista que Kishimoto concordou em fazer. Para conferí-la, clique aqui. Mas a cultura gera constantes dúvidas. Não é apenas a cultura japonesa que está presente. Por exemplo, notamos aqui uma estátua parecida com um Indu (não é uma estátua budista) soterrada na areia. Essas estátuas podem ser vistas pela Tailândia. Além disso, a roupa de Gaara reflete bastante as roupas de um morador do oriente médio, obviamente por ter que ser como um morador do deserto. As casas aqui são bastante rústicas, e não lembram muito as moradias e templos japoneses. Pra falar a verdade, temos até a sensação que as caras são feitas unicamente de areia, e sustentadas pelo poder do Kazekage, o que, óbvio, e apenas suposição minha.
Aqui, mais uma observação referente à técnica. Gaara faz o Kawarimi no jutsu deixando um clone de areia em seu lugar. Porém, eu sei por experiência própria o quanto é difícil calcular como seria o formato de um rosto oco, e ainda conseguir transmitir bem a sensação de tridimensionalidade. Além, de que a cena é impressionante. Quem vê pela primeira vez pensa que Gaara era um monstro feito de areia.
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